Wegovy 1.7 mg: o que é essa dose e qual seu papel no tratamento?

Dentro desse esquema, a dose de 1,7 mg ocupa um papel-chave: tanto como ponte para a dose final quanto como uma opção de manutenção para quem não tolera níveis mais altos. Vem no texto que a gente explica.

Escrito com base em estudos científicos
Atualizado em 05/12/2025
Aviso Importante:

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. O uso de medicamentos para emagrecimento deve ser feito somente com prescrição e acompanhamento médico. A automedicação pode causar efeitos adversos e riscos à saúde.

O Wegovy não vem em uma única dose e isso faz parte de uma estratégia bem estabelecida para garantir segurança, eficácia e adaptação fisiológica.

Dentro desse esquema, a dose de 1,7 mg ocupa um papel-chave: tanto como ponte para a dose final quanto como uma opção de manutenção para quem não tolera níveis mais altos.

Por que o Wegovy tem doses diferentes?

Antes de entender a função da dose de 1,7 mg, é importante entender por que o Wegovy foi desenhado desse jeito. Embora também contenha semaglutida, o Wegovy não é apenas uma versão “forte” do Ozempic.

A farmacologia do medicamento foi estruturada para atingir faixas mais altas de potência, porque o foco aqui é o tratamento de obesidade e sobrepeso, uma condição crônica multifatorial.

Por isso, em vez de oferecer uma única concentração, o Wegovy trabalha com cinco níveis de dose, que permitem ajustar o tratamento à resposta individual. E essa progressão não é opcional: ela existe porque pular diretamente para a dose final aumentaria demais o risco de efeitos gastrointestinais: o ponto mais sensível dessa classe de medicamentos.

Não é uma particularidade do Wegovy. É padrão para medicamentos dessa classe.

Onde a dose de 1.7 mg se encaixa

Como dissemos, os medicamentos agonistas de GLP-1, como a semaglutida, atuam de forma muito ativa no trato gastrointestinal, modulando o esvaziamento gástrico e a resposta da saciedade. Isso significa que o corpo precisa de tempo para se adaptar, e forçar esse processo é uma receita para náusea intensa, vômitos e desistência precoce do tratamento.

Por isso, o Wegovy segue uma progressão lenta e organizada, na qual cada dose é mantida por cerca de quatro semanas. É nessa jornada que a dose de 1,7 mg aparece como a penúltima etapa, normalmente alcançada por volta da 13ª semana. Mas aqui vem a parte importante: ela não é apenas um passo. É um possível destino.

Como a semaglutida age no corpo

Para entender por que doses intermediárias, como a de 1,7 mg, já podem gerar bons resultados, vale recapitular como a semaglutida funciona.

O GLP-1 é um hormônio liberado naturalmente pelo intestino após a refeição e atua como um regulador do apetite. Quando administramos semaglutida, estamos ampliando artificialmente esse sinal, de forma prolongada e muito mais consistente do que o corpo faria sozinho.

Isso desencadeia três efeitos principais:

  • o cérebro recebe sinais mais fortes de saciedade;
  • o estômago esvazia mais devagar;
  • a liberação de insulina ocorre de maneira mais eficiente.

O resultado desse conjunto é uma queda significativa na ingestão calórica: estudos apontam redução média de 24% quando comparado ao placebo. Ou seja: isso não acontece por força de vontade. Acontece porque os sinais de fome e saciedade estão sendo regulados de forma diferente.

O que os estudos mostram sobre o Wegovy

Quando falamos de eficácia, as evidências vêm principalmente do programa STEP, uma das séries de estudos mais robustas já realizadas no campo da obesidade.

Os pesquisadores acompanharam milhares de participantes ao longo de mais de um ano, e os resultados foram consistentes.

Em participantes sem diabetes, a perda média de peso ficou entre 14.9% e 17.4% ao longo de 68 semanas. Para contextualizar: em alguém de 100 kg, isso representa uma redução de 15 a 17 kg.

Mais relevante que a média, talvez, seja a proporção de pessoas que atingiu marcos clinicamente significativos:

  • 86-89% perderam pelo menos 5% do peso
  • 69-79% perderam pelo menos 10%
  • 51-64% perderam pelo menos 15%

Esses resultados foram observados com a dose de manutenção de 2.4 mg. Mas vale lembrar: cada pessoa responde de forma diferente, e os estudos acontecem em condições controladas que nem sempre refletem a vida real.

A dose de 1.7 mg pode ser uma dose de manutenção?

Sim. E esse é um ponto que muita gente desconhece.

Embora 2.4 mg seja a dose de manutenção recomendada, a literatura médica reconhece 1.7 mg como alternativa válida para pessoas que não toleram bem a dose mais alta. Se os efeitos colaterais na dose de 2.4 mg forem persistentes ou muito incômodos, o médico pode optar por manter o tratamento em 1.7 mg.

Não é uma dose "inferior". É uma dose adequada para determinados perfis, e quem faz essa avaliação é o profissional que acompanha o tratamento.

Essa flexibilidade existe justamente porque a resposta ao medicamento varia. O objetivo é encontrar o equilíbrio entre eficácia e tolerabilidade para cada pessoa.

Para saber se há indicação de algum tratamento para emagrecer, a Voy Saúde disponibiliza acesso a médicos para uma avaliação online no site www.voysaude.com.

Voy Saúde
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Perguntas Frequentes

Referências
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  1. Blundell, J. et al. (2017). Effects of once-weekly semaglutide on appetite, energy intake, control of eating, food preference and body weight in subjects with obesity. Diabetes, Obesity and Metabolismscribble-underline. PMC5573908.
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  1. Ghusn, W. et al. (2023). Semaglutide for the treatment of overweight and obesity: A review. Current Opinion in Endocrinology, Diabetes and Obesityscribble-underline. PMC10092086.Portal WeMEDS. Anvisa aprova Wegovy® (semaglutida) para tratar obesidade e sobrepeso.